quinta-feira, 9 de junho de 2011

Uma Proposta Política

Vejo muitas (e merecidas) críticas aos políticos Brasileiros. Alguns falam sem muito conhecimento e acabam por generalizar, outros falam com um humor inteligente (Ex: CQC), outros, intelectuais, criticam de forma científica e mais coerente. O fato é que muitos criticam, e com toda razão, mas não propõem novos caminhos. Eu quero contaminá-los com uma utópica proposta de mudança para a política do Brasil.
Que essa situação precisa mudar todos sabemos, mas como? Quando viveremos uma nova realidade política?
Talvez, quando quem representar o povo for do povo, conhecer e sentir a dor da massa. Precisamos de um governo movido por empatia e não por interesses pessoais (desses já estamos cheios). O grande líder bíblico, Neemias, chorou ao saber da situação sofrida que seu povo vivia e então decidiu organizar uma grande reforma em Jerusalém. (Ne 1:4). Outro líder exemplo foi Moisés, que não se conteve diante das injustiças sofridas pelo povo hebreu (Êx 2:11-12).
Quando teremos mais qualidade na educação? Quando os filhos dos nossos governantes forem obrigados a estudar nas escolas públicas sem estruturas adequadas, onde os professores precisam se desdobrar com uma remuneração vergonhosa.
A saúde pública será levada a sério nesse país quando os deputados tiverem que entrar na gigantesca fila do SUS para esperar uma consulta na urgência e depender de uma das pouquíssimas ambulâncias para voltar pra casa.
O transporte público será priorizado quando nossos vereadores e prefeitos deixarem o carro em casa e esperarem um ônibus ou metrô lotado às 18:00h da tarde de um dia chuvoso.
Veremos uma justiça mais eficaz e cega pela igualdade quando não houver as imunidades parlamentares e os nossos senadores temerem a punição por seus crimes tanto quanto qualquer pobre negro no Brasil.
Teremos um salário mais coerente quando os ministros não desfrutarem dos “auxílios palitó, viagem, papel higiênico... ”, mas descobrirem o malabarismo de viver todo o mês com o tal do salário mínino.
Sei que parece ridiculamente utópico, mas será mesmo? Fica o exemplo do presidente do Uruguai.
José Mujica é um homem fora do comum. Ele doa 70% de seu salário para o partido que o elegeu, o Frente Ampla. A diferença entre ele e a maior parte de representantes de sua geração é que não enriqueceu, nem admite sequer adotar um modo de vida de classe media. O principal bem em seu nome é um fusca ano 87. É muito bem casado com a mesma companheira a mais de 40 anos. Quando senador, Mujica costumava se dirigir ao Congresso de lambreta, num tempo em que práticas ambientais menos poluentes não estavam tão em voga como hoje.
Ele é só mais um, de muitos exemplos de que é possível representar o povo e ser um homem segundo o coração de Deus, um político de conduta admirável.

Com um coração utopicamente esperançoso

Tomas...

domingo, 5 de junho de 2011

A lógica de Deus é pura Loucura!

Um professor do seminário pediu-me para escrever sobre a importância da lógica para o pregador. Já me planejo, há algum tempo, pensando como seria esse trabalho e até tentei fazer algum esboço, mas hoje desisti de fazê-lo, ao recomeçar a ler o novo testamento. Existe alguma lógica no evangelho? A lógica divina é pura loucura para a razão humana. Os fatos, quase nunca, caminham pela via da normalidade. A graça brota facilmente na marginalidade da existência!
Veja só: Um Deus que se fez homem e escolheu para sí um povo infiel que habitava um país sem muitos atrativos naturais. Nasceu de uma virgem, e mesmo sendo o filho de Deus, veio ao mundo numa pobre manjedoura emprestada (lugar próprio para os animais). O verbo feito carne foi celebrado por magos que não conheciam as escrituras e não dominavam as tradições judaicas, mas discerniram a revelação de uma estrela que lhes apareceu no céu, enquanto os teólogos de Jerusalém conheciam as coisas de Deus, mas estavam cegos para a ação do Deus de todas as coisas. Jesus foi morar em uma pequena aldeia sem prestígio, Nazaré, um lugar sem histórico de profetas de onde ninguém esperava algo bom. (João 1:46).
Ao iniciar seu ministério, Ele escolheu alguns poucos homens simples, sem preparo e cheios de defeitos para sua grande missão, homens que jamais escolheríamos usando a lógica humana. Com exceção do que o havia de trair, os demais deram suas vidas pela mensagem que lhes foi pregada, e o sangue de cada um regou e fertilizou o mundo que nunca mais foi o mesmo. A seleção dos desqualificados foi a melhor equipe que a história já conheceu.
Jesus foi o Rei que não tinha onde reclinar a cabeça, não tinha um exército a sua disposição, foi violentamente pacífico, não possuía riquezas, pelo contrário, Ele foi sustentado por ofertas dadas, em sua maioria, por mulheres. Como rei, seu único e curto momento de glória entre o povo foi em cima de um jumentinho que nem lhe pertencia. Jesus trocou o palácio e o trono pelas pobres multidões perdidas sem pastor. Essa é a subversão dos poderes.
Jesus foi o profeta que destilava amor e que não veio para trazer condenação. Ele si auto-anunciava como a solução para o pecador. Jesus fez uma releitura da lei e colocou todos como réus, ao tirar o pecado do campo das ações para o campo das idéias. Depois se apresentou como a encarnação da graça, e a injustiça de Deus foi imputada a Ele. Permitiu-se, assim, a morte de um justo por muitos injustos em favor da humanidade. Jesus falou com uma autoridade espantosa, mas não era graduado nas escolas teológicas formais (João 7:15).
Jesus foi o sacerdote que abriu mão dos rituais, vestimentas e templos sagrados e ofertou-se como próprio sacrifício vivo. Ele foi o próprio cordeiro que caminhou para a morte com um coração pacificado em amor pelos homens. Para desenvolver seu ministério, ele trocou os espaços religiosos pelos caminhos empoeirados da vida. Jesus preferiu os doentes aos sãos, os pecadores aos religiosos, salvou o ladrão da cruz e deixou ir desconsolado o jovem rico que guardou a lei durante toda sua mocidade.
Como profeta, Jesus reapresentou Deus ao homem. Como sacerdote, Jesus reintroduziu o homem na presença de Deus. Como rei, Jesus iniciou entre os homens o Reino de Deus.
Qual é a importância da lógica para o discurso? Não sei bem. Deixo- a para Aristóteles e outros filósofos. Só sei que meu coração está apaixonado por esta ilógica e louca mensagem do evangelho. Verdades que só fazem sentido quando o Espírito Santo descortina nossos olhos. Foi para apregoar essa loucura, que eu nasci. Essa é a minha vocação, é isso que me faz feliz.
Loucamente convencido...
Paz na alma!
Tomas...
 
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